Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress
O Brasil tem 208 milhões de habitantes, segundo a prévia do Censo 2022. Em média, a população cresceu apenas 0,7% ao ano desde o último recenseamento, em 2010. É o menor aumento populacional já registrado pelo país — a série histórica começa em 1872.
Os dados refletem a queda no número de nascimentos. Ainda nascem mais pessoas do que morrem no Brasil, mas a diferença é cada vez menor. O resultado é o envelhecimento da população brasileira, o que gera impactos na força de trabalho, na saúde e na previdência. Dentro de uma ou duas décadas, o país deve começar a diminuir.
O que os dados mostram?
- A população do Brasil subiu de 191 milhões, em 2010, para 208 milhões, em 2022, de acordo com a prévia do censo;
- Usando os dados, o UOL calculou que a média anual de crescimento no período foi de 0,7%;
- Desde o censo de 1960, a taxa de crescimento vem caindo de forma contínua, mas nunca antes havia sido tão baixa;
- Os dados oficiais do censo estão previstos para março, mas a informação de que o crescimento da população brasileira é o menor já registrado não vai mudar — seria preciso que a população ficasse acima de 219 milhões, o que é impossível considerando todos os cálculos do IBGE;
- A prévia aponta que a população do Nordeste é a que menos cresceu no país –metade da média nacional. É improvável que esse quadro mude até os resultados finais do censo, porque a diferença em relação a outras regiões é muito grande. Além disso, o Nordeste é o local do país onde o recenseamento está mais avançado;
- Um grande número de cidades diminuiu de tamanho. Na prévia do censo, a proporção chega a 40% dos municípios, mas os dados podem mudar na versão final.
Por que o crescimento da população está em queda?
- O fator principal é a queda na taxa de natalidade. Para manter o tamanho da população no longo prazo, é necessário, no mínimo, uma média de 2 filhos por mulher. Em 2010, o número já estava abaixo desse patamar: 1,9. O Censo 2022 deve apresentar um resultado ainda menor.
- A pandemia de covid-19 contribuiu para que o ritmo de crescimento caísse ainda mais, devido à alta na mortalidade. O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) estima que, entre 2020 e 2022, um milhão de pessoas morreram a mais do que a média dos anos anteriores. Na conta, estão as mortes pela covid-19, mas também as que podem ter ocorrido pela redução dos atendimentos médicos durante a pandemia.
- Também na pandemia, o número de nascimentos, que já estava em queda, caiu ainda mais — por motivos comportamentais, como o adiamento da gravidez e o isolamento social.
- No caso específico do Nordeste, há ainda efeitos da migração para outras regiões. A versão final do censo vai permitir entender melhor essas dinâmicas demográficas.
UOL
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