A ex-primeira-dama de Mato Grosso Roseli Barbosa, casada com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), foi presa na capital paulista nesta quinta-feira (20). Ela é acusada de liderar um esquema de desvio de dinheiro dos cofres estaduais.
Roseli desembarcou em Cuiabá, sem algemas, por volta das 23h40, em um voo comercial da Gol, e chegou ao presídio feminino Ana Maria do Couto May na madrugada desta sexta (21).
Denunciada pelo Ministério Público no final do ano passado, a ex-primeira-dama é acusada de comandar um esquema de corrupção que teria causado um prejuízo de R$ 8 milhões nas contas da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), entre 2011 e 2014, período em que comandou a pasta.
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Roseli vestiu o uniforme padrão das detentas (lilás, com detalhes em verde claro) e recebeu toalha, colchão, lençol e produtos de higiene pessoal antes de ser encaminhada à cela especial a que tem direito, por ter curso superior.
Silval Barbosa, denunciado em outra investigação sob acusação de desvio de recursos públicos (R$ 12 milhões), disse que estava em Cuiabá no momento da prisão da mulher e que foi a São Paulo encontrá-la logo que soube da ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), do Ministério Público Estadual.
“O que posso dizer é que confiamos na Justiça, mas vamos combater os excessos, pois acredito que a prisão é desnecessária, uma vez que a Roseli não participou de nenhum esquema na secretaria”, declarou.
PRISÕES
Além de Roseli, foram presos pelo Gaeco na quinta-feira (20), em Cuiabá, o empresário Nilson da Costa e Faria, o ex-assessor especial da ex-primeira-dama Rodrigo de Marchi e Silvio Cezar Correa Araújo, que foi chefe de gabinete do ex-governador.
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Ao todo, 36 pessoas foram alvo da denúncia do Ministério Público Estadual.
Roseli, conforme a denúncia, chefiava um esquema para superfaturar contratos de convênios feitos pela secretaria, com instituições sem fins lucrativos de fachada, para programas de qualificação e ensino profissionalizante voltados a pessoas carentes.
Ao todo, 36 pessoas foram alvo da denúncia do Ministério Público Estadual.
Roseli, conforme a denúncia, chefiava um esquema para superfaturar contratos de convênios feitos pela secretaria, com instituições sem fins lucrativos de fachada, para programas de qualificação e ensino profissionalizante voltados a pessoas carentes.
De acordo com a Promotoria, mais de R$ 375 mil do montante desviado da Setas serviu para quitar dívidas de campanha do candidato do PT, Lúdio Cabral, que em 2012 ficou em segundo lugar na disputa pela prefeitura de Cuiabá, com o apoio do PMDB. Lúdio nega.
O empresário Paulo Lemes, outro acusado, disse ao Ministério Público, em delação premiada, que antes de ser efetivado um convênio, em que parte do valor pago seria desviado para os integrantes do esquema, fez um “adiantamento” de R$ 40 mil a Roseli. Ele afirmou ainda que ela ficava com 40% do montante desviado.

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