domingo, 14 de dezembro de 2014

Musicoterapia ajuda no tratamento e inclusão social de pessoas com transtorno

13IRMAOS

Adriana acompanhou os irmãos gêmeos Ângelo e Augusto na oficina de música

Uma das opções de tratamento para autismo é a musicoterapia. Ela utiliza a música em todas as suas formas com participação ativa ou passiva do autista, alcançando bons resultados. Através da técnica, o autista pode se comunicar de forma não verbal, exprimindo seus sentimentos, possibilitando o desenvolvimento da autoestima.
A importância da musicoterapia como técnica de integração sensorial fez com que a Comissão de Direito à Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no RN proporcionasse uma oficina voltada para os autistas, pais e cuidadores. Na manhã deste sábado (13), através da intervenção do músico bacharel em Musicoterapia Marcelo Pereira da Silva, a Comissão de Saúde reforçou a campanha que vem sendo trabalhada pelo órgão ao longo deste ano: “Ensina-me de várias formas que eu consigo aprender”.
“Nosso objetivo é disseminar essa técnica como mais uma ferramenta de inclusão social e melhoria na atenção à saúde do autista. Por isso estamos reunindo pais e cuidadores, para que eles tenham essa consciência. Embora seja pouco utilizado – talvez por falta de conhecimento – a musicoterapia faz parte do processo terapêutico dos autistas”, explicou Alejandro Rendon, membro da Comissão de Direito à Saúde da OAB.
Apesar da importância, a técnica não vendo sendo oferecida pelo serviço público. De acordo com Marcelo Pereira, por doze anos ele foi o único profissional a trabalhar a musicoterapia pelo Estado do Rio Grande do Norte através do Centro de Reabilitação Infantil (CRI).
“A importância dessa técnica é muito grande. Mas infelizmente ela não é de fácil acesso. Quem precisar tem que procurar os profissionais e pagar a sessão particular. São poucos os planos de saúde que contam com um musicoterapeuta e mesmo assim a espera é muito grande. Para se ter uma ideia, quando eu atendia pelo CRI  houve momentos em que a fila de espera estava com mais de 400 nomes”, destacou.
Segundo o profissional, os benefícios da musicoterapia para o autismo são inúmeros. O principal e o mais importante é a facilitação da comunicação verbal e não verbal. “O maior objetivo da musicoterapia é abrir o canal de comunicação do autista, que na maioria dos casos é muito restrita. Ela age de forma ativa e passiva para os diferentes perfis e comportamentos, combatendo as barreiras na comunicação. Seria muito bom se todos os autistas e seus pais pudessem ter acesso a essa técnica”, comentou.
Além de facilitar o canal de comunicação, a musicoterapia ajuda na diminuição dos movimentos estereotipados; na facilitação da criatividade; promove satisfação emocional; contribui para organização do pensamento e desenvolvimento social; amplia a interação com o mundo; e diminui a hiperatividade, melhorando a qualidade de vida do autista e de sua família.
Adriana Maia, irmã dos gêmeos Ângelo e Augusto Maia, diagnosticados com a Síndrome de Willians, falou da importância da ação. “Todo autista adora música. Meus irmãos, então, nem se fala. Eles ficam muito confortáveis e nossa função, como família, é de estimular. Quando soube dessa ação de hoje, fiz questão de acompanhá-los”, disse.
Hoje, aos 33 anos, os gêmeos sempre procuram estar onde tem música. “Eles esperam o ano todo pelo veraneio de Pirangi. Em todos esses anos nós acompanhamos a mudança de comportamento e da melhoria de vida deles, tudo graças à música”, comentou Adriana.

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